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Um café e um sonho! OCA na varanda!


Lucas Gobi e Fernanda Souza


Fernanda Souza e Lucas Gobi, ambos com 24 anos, belo-horizontinos, Arquitetos e Urbanistas formados pela PUC-MG em dezembro de 2015. Ela: super alto astral e espontânea, capaz de transformar qualquer conversa em um bate-papo muito mais descontraído. Suas principais características são a organização, a criatividade e a segurança. Ele: muito sonhador, seu poder de imaginação e criação são realmente um talento natural. Suas principais características são o conhecimento técnico, a inovação e a ousadia. Esses são os arquitetos responsáveis pelo comando da promissora Oficina Criar Arquitetura – OCA, que conheceremos a partir de agora.


Sonhos


Costumo dizer que para ser arquiteto é pré-requisito ser sonhador, já que a grande maioria de nós tem essa característica no DNA. Abrir um escritório é ter a chance de vislumbrar todos os nossos sonhos e acreditar que poderemos realizá-los. Não foi diferente para Fernanda e Lucas, os dois possuem muitos desejos e abrir a OCA foi o primeiro passo para que eles pudessem implantar seus ideais. Tirar o escritório do papel foi um processo que exigiu muito planejamento dos dois jovens já que eles precisavam tomar todas as decisões e da melhor maneira possível para que este projeto pudesse ser concretizado. Foi uma jornada intensa, que abordou a escolha do nome, do lugar e principalmente como eles poderiam fazer tudo isso com pouco capital financeiro para ser investido. Vista essas e muitas outras questões, a OCA surgiu em um cômodo na casa da Fernanda, ali naquele pedaço eles colocaram toda a sua esperança e a vontade de fazer dar certo. Muitos móveis foram feitos por eles mesmos com a ajuda dos familiares e aos poucos eles estão transformando esse espaço em um ambiente colorido, confortável e cheio de vida, que já tem a cara deles.

Decoração da OCA

janela do escritório

Início


A OCA foi criada a quase um ano, e esse tempo já foi suficiente para mostrar a esses arquitetos o quanto um negócio próprio e mais especificamente na área da arquitetura pode ser surpreendente. Sendo assim, quis saber mais deles como está sendo a experiência de comandar a OCA. Os dois concordam que está sendo incrível, que cada dia é uma descoberta diferente e que ainda é difícil dimensionar os erros e os acertos:


“Lucas – é uma experiência totalmente nova, estamos saindo do ambiente da faculdade onde prazos são mais flexíveis e erros são mais tolerados, e entrando no mercado de trabalho, onde você tem principalmente um compromisso com um cliente real que geralmente não tolera erros, e o compromisso de manter a sua marca com um padrão alto.”

Lucas e Fernanda no escritório

Eles frisam também que encontraram muitas dificuldades nos primeiros meses do escritório:


“Fernanda - Nos primeiros meses nós havíamos poucos projetos e em geral de pequena escala, o que nos exigiu muita paciência. Foi apenas recentemente que surgiram mais trabalhos para serem feitos. Agora que estamos realmente começando a sentir a pressão do trabalho.”


Ainda sobre as dificuldades, os dois percebem que muitos clientes relutam em contratá-los devido ao pouco tempo em que eles estão no mercado e a pouca experiência. Eles compreendem tal fato, mas acreditam que essa mesma característica pode também ser uma qualidade, já que os jovens arquitetos em geral trazem consigo novas ideias e muito entusiasmo.


Outro ponto importante que eles abordam é o fato de o escritório ser um negócio próprio, com o decorrer do tempo eles compreenderam que precisam ser muito autodisciplinados e tiveram que se adaptar a uma rotina que não tem a figura central do chefe, mas que precisa ser cumprida igualmente:


“Fernanda – Nós precisamos acordar e vir para o escritório, ligar para o cliente, acompanhar a obra, conversar com os vendedores, e fazer todas essas tarefas sem que alguém precise me dizer isso. Porque se não fizermos, o trabalho ficará parado.”

Fernanda no escritório

Crise e motivação


Os dois arquitetos se formaram em um momento muito difícil para o Brasil, que vive uma crise financeira e política e que afeta diretamente a construção civil. Apesar disto, eles abriram a OCA e hoje já começam a colher bons frutos dessa ousada decisão. Eles contam que esta mesma crise foi a impulsão que eles precisavam para tomar essa decisão, isso porque eles passaram alguns meses depois de formados tentando encontrar empregos e não recebiam nenhuma resposta:


“Fernanda – Quando formamos nós começamos a mandar currículo para várias empresas, tanto em BH quanto em outras cidades espalhadas pelo Brasil, entretanto nós não estávamos recebendo nenhuma resposta. Foi depois de uma conversa com um ex-professor que percebemos que precisávamos correr atrás de alguma maneira, já que não estavam surgindo oportunidades. A partir daquele momento começamos a idealizar a OCA.”


Apesar de a situação no Brasil estar complicada, eles buscam todos os dias lembrar que o verdadeiro motivo de estarem construindo essa jornada é a vontade de contribuir com algo positivo na vida das pessoas e têm esperança de que as condições possam melhorar.


Com os pés no chão


Apesar de atualmente eles estarem desenvolvendo vários projetos, eles tem plena consciência que o mercado da construção é instável, e que por isso é muito importante ter meios de garantir a continuação do escritório mesmo com escassez de clientes.


“Fernanda – Nós sabemos que não é todo mês que teremos muitos clientes, então para não corrermos tantos riscos nós procuramos sempre ter uma reserva emergencial que estamos construindo desde o início para garantir nossa sobrevivência nesses períodos.”

“Lucas – decidimos também nos localizar aqui na casa da Fernanda neste início também devido a esse fator, já que aqui nossos custos são baixos e poderemos cobri-los em tempos não tão favoráveis.”

Fernanda e Lucas na obra

Outro aspecto interessante desses arquitetos é a sua capacidade de discernir entre o que eles estão preparados para realizar e o que eles precisam de colaboração, eles sabem que é extremamente importante começar com projetos menores para que adquiram experiência e assim possam avançar um passo de cada vez na complexidade dos serviços:


“Lucas – neste início estamos buscando projetos de reformas e construções pequenas, pois assim estamos ganhando experiência e aprendendo a dimensão real das coisas. Assim a cada dia aumentamos a nossa própria confiança com os bons resultados. Além disso, garantimos que estamos fortalecendo nossa marca perante os clientes, os fornecedores e os construtores.”


Contato com clientes reais


No período da faculdade os projetos são avaliados por professores e destinados a clientes fictícios, uma dinâmica que é muito mais flexível quando comparada a vida real. No mercado de trabalho existem vários tipos de clientes e a conversa com essas pessoas pode acontecer de várias maneiras, então é muito importante para o arquiteto que segue nesse rumo saber lidar com pessoas, ouvi-las e principalmente expor suas opiniões. Quis saber deles como foi esse primeiro contato com clientes reais:


“Lucas – Nos primeiros encontros com nossos clientes sempre estávamos com aquele frio na barriga e uma leve insegurança. Mas com o passar do tempo percebemos que nós éramos capazes e que poderíamos ter o controle da situação. A cada reunião que fazemos evoluímos e estamos aprendendo dia após dia como aconselhar da melhor maneira nossos cliente e expor nossas opiniões. Apesar de sermos jovens, temos uma boa base de conhecimento adquirida na faculdade e nos estágios que realizamos que foram muito importantes para o nosso desenvolvimento profissional.”

Lucas no escritório

Arquitetos


Atualmente os arquitetos têm diversas formas de trabalhar, seja na maneira como cobram os serviços ou como executam. Sabe se que essa característica pode ser positiva em alguns aspectos, pois proporciona certa liberdade para os profissionais. Porém também pode ser um problema já que essa falta de padronização muitas vezes gera uma concorrência desleal. Além disso, arquitetos jovens podem se sentir um pouco perdidos quando chegam ao mercado:


“Fernanda – no início estávamos perdidos, porque não conseguimos conversar com outros arquitetos com mais experiência para pedir conselhos, tivemos que pesquisar as diversas regras e maneiras existentes de realizar o serviço e ainda estamos aperfeiçoando-o.”


Prancheta

Os dois acreditam ainda que muitos arquitetos são fechados dentro de seus próprios escritórios e muitas vezes não se sentem confortáveis em compartilhar tais informações. A comunicação e as trocas de experiências entre os profissionais da área não acontecem de maneira natural, o que muitas vezes acaba gerando uma enorme distância entre os colegas de profissão:


“Lucas – Essa comunicação deveria ser mais frequente, já que a arquitetura possui diversas ramificações que precisam de arquitetos especializados. Então se tenho um projeto que eu não sou especializado eu deveria indicá-lo para um arquiteto que tenha mais capacidade para realizá-lo e gerar um bom resultado. Uma troca óbvia, mas que na maioria das vezes não acontece.”


Pedreiros – a mão de obra


Confiar em quem produz suas ideias é de grande importância para o andamento da obra de qualquer projeto. Os arquitetos da OCA tem a dimensão disso e sabem que essas pessoas: pedreiros, marceneiros e tantos outros podem ter muito a ensinar, já que eles têm na maioria das vezes muita experiência e um saber valioso:


“Fernanda – aqui na OCA nós ouvimos muito quem trabalha dia a dia na obra, estamos sempre procurando ouvir as suas opiniões, porque eles são nossos parceiros e assim como nós precisamos deles eles precisam de nós.”

“Lucas – Além disso, tendo essa parceria com os pedreiros é mais fácil para nós controlarmos melhor o andamento da obra e o resultado. Por isso sempre buscamos dar liberdade para eles falarem, o que torna nossas visitas técnicas muito mais descontraídas e confortáveis para ambas as partes.”

Fernanda e Lucas conversando com pedreiro

Lucas e pedreiro

Pedreiro fazendo indicações

Lucas conversando com pedreiro

Espiritualidade e família


Um aspecto interessante no bate-papo com a Fernanda e o Lucas é gratidão que eles têm por seus familiares e a relação com Deus. A todo o momento eles citam com carinho o apoio que eles receberam dos seus familiares e creditam grande parte das conquistas a essas pessoas:


“Fernanda – Eu acredito muito em Deus. Nós sabíamos que as coisas começariam a dar certo mais cedo ou mais tarde, e mesmo que demorassem nós receberíamos total apoio dos nossos familiares, que estiveram e estão sempre prontos para ajudar, seja com um conselho, com uma ajuda financeira ou até mesmo colocando a mão na massa.”

Espiritualidade

Boas energias

Devido a esse espirito solidário que os dois arquitetos tem, eles sentem um desejo enorme de em um futuro breve poderem ajudar as pessoas mais pobres que não tem acesso ao serviço de um arquiteto.


“Lucas - Nós temos essa preocupação de querer ajudar, não queremos trabalhar apenas por dinheiro. Nós queremos chegar efetivamente nas camadas mais populares. Ajudar as pessoas que não podem contratar um arquiteto, pessoas que não possuem um lugar com qualidade para morar e que não tem prazer de estar na própria casa.”


Equilíbrio


Os arquitetos diversas vezes em nossa conversa ressaltaram o quanto é importante o equilíbrio que existe entre os dois, já que eles se completam em todas as partes:


“Fernanda – Se o escritório se basear apenas em minha personalidade nós ficaremos estagnados devido a minha tendência a segurança, por outro lado, se basearmos na personalidade do Lucas nós permaneceremos apenas no mundo das ideias e dos sonhos, não concretizaremos nada. Então é importante mesclar essas características, pois assim um completa o outro e as coisas fluem de maneira mais harmônica.”

Lucas e Fernanda em visita técnica

Eles atribuem o avanço da OCA a cumplicidade e a confiança que um tem no outro. Cada um tem uma competência no andamento do escritório relacionada com suas afinidades e preferências pessoais, e em nenhum momento eles deixam de se comunicarem, até mesmo nas mais simples decisões.


Futuro


Os arquitetos Fernanda e Lucas foram categóricos ao falarem sobre suas perspectivas para o futuro:


“Fernanda – Queremos apenas continuar tendo trabalho, porque assim continuaremos fazendo um serviço bem feito e naturalmente colheremos bons frutos.”


Quanto a arquitetura em geral eles sabem que a área continuará mudando e em velocidades cada vez maiores, incorporando novas tecnologias e conceitos, por isso pretendem estar sempre preparados para aprender esses novos métodos de fazer arquitetura e utilizá-los da melhor maneira possível.


Conclusões


Conversar com a Fernanda e o Lucas é ganhar instantaneamente um novo ânimo. A alegria que eles transmitem em cada palavra por estarem realizando um sonho e o carinho que demonstram pela OCA é capaz de revigorar qualquer um que esteja desanimado diante de um cenário ruim. O bate-papo foi muito agradável e fluído, e claramente se nota que eles têm um longo caminho pela frente. A OCA apesar de jovem promete grandes conquistas.


Para conhecer mais sobre eles basta acessarem seu site ou redes sociais:



Instagram: @oficinacriar.au





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